sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Iluminado (The Shining) 1980

       Sei que andei meio sumida, e deixei vocês com nada mais do que a minha pouco consistente crítica de Cisne Negro. A verdade é que eu precisei de um tempinho para me recuperar totalmente da cachaça do carnaval. Assisti alguns filmes interessantes, mas meu namorado uma hora perguntou se eu já tinha visto esse, e quando eu disse que não ele ficou espantado e disse que eu tinha que assistir! Tinha que falar sobre ele:


Filme: O Iluminado (The Shining) 1980
Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd
Direção: Stanley Kubrick
Avaliação: Terrivelmente Bom! 

















      Jack Torrence é um ex professor que tenta ingressar na carreira de escritor. Ele aceita ser zelador do hotel Overlook durante o inverno, quando as estradas ficam bloqueadas e o hotel totalmente deserto, acreditando ser uma boa oportunidade para escrever seu livro. Seu filho Danny, que tem dons sobrenaturais, tem estranhas visões sobre o hotel. Algum tempo depois Jack começa a sofrer com a Síndrome da Cabana, o que faz com que o hotel, que é assombrado por anos várias histórias macabras, comece a possuí-lo. Então ele se convence de que não pode nunca deixar o hotel e que para isso precisa matar sua família.

      Claro que eu já tinha visto em vários lugares referências a esse filme, embora sem entender o que significavam. A imagem acima é com certeza conhecida da maioria das pessoas, assim como a cena de Jack abrindo a porta do banheiro a machadadas. Mas nunca fui realmente atrás da história, até topar com o filme no Netflix e meu namorado insistir em vê-lo.

      Por onde começar? O filme é um clássico, sem dúvida, e depois de assistir, consigo ver o porque. Primeiro, baseado no livro homônimo de Stephen King, um dos mais ilustres escritores do gênero terror. Depois há que se destacar a boa direção de Kubrick e por último, mas não menos importante, a mais que excelente atuação de Jack Nicholson (responsável por 80% dos meus arrepios).

   
     Para quem procura tripas, monstros e membros decepados, esse não é o filme; ele aposta mais em um terror psicológico, talvez até mais eficiente, e aí tenho que ressaltar mais uma vez a atuação de Nicholson, que parece ter sido realmente possuído por alguma coisa sinistra durante as gravações. Me arrisco a dizer que outro ator não causaria o impacto que ele causou incorporando Jack Torrence. A atuação de Danny Lloyd também é interessante, principalmente quando fala com seu "amigo" Tony.

      A trilha sonora também merece destaque, pois consegue criar momentos de verdadeira tensão, que contribuíram muito para acabar com os nervos desta pobre medrosa. Eu não suporto filmes de terror, mas esse eu consegui assistir. Ao mesmo tempo em que não tem os elementos que me fazem desistir dos outros (tripas são meu ponto fraco), a impressão que o filme deixa é muito forte, e passei a noite toda acordando com visões do hotel assombrado.

   
      O filme aborda ainda temas como mediunidade, como Danny que é sensível aos fantasmas do hotel e tem um amigo imaginário, que na verdade é o espírito de um garoto que meio que divide o corpo com ele. Há também menções a reencarnação, como quando Jack reconhece o garçom (fantasma) do bar, e uma foto que aparece no final, e que mostra ele em um baile do hotel a mais de cinquenta anos atrás.

      Ah, se as boas atuações merecem reconhecimento, há também que se falar da péssima atuação de Shelley Duvall, que lhe rendeu uma indicação ao Framboesa de Ouro. Shelley (além de estar feia de doer) parece quase deslocada no filme, com expressões caricatas e pouquíssimo convincentes. Ela parece somente despertar no final do filme, mas mesmo assim sua atuação beira o cômico.

 Nota: Quando vi o nome de Shelley Duvall no elenco, a primeira coisa que veio à minha cabeça é que já havia ouvido o nome muitas vezes, mas não conseguia lembrar de nenhum filme que tivesse assistido com ela. Fiquei matutando até que veio o estalo: ela era atriz do Teatro dos Contos de Fadas, que a minha mãe costumava colocar para eu assistir quando era pequena, e sempre começa com ela dizendo "Olá, sou Shelley Duvall, seja bem vindo ao Teatro dos Contos de Fadas!"   


      Enfim, poderia seguir comentando minhas teorias acerca da história, mas não acho necessário. E muito embora eu não seja de forma alguma chegada a filmes de terror, afirmo que este é um clássico que merece ser visto.

10 comentários:

  1. Um verdadeiro clássico!
    Me deu vontade de assistir de novo.
    Gostei da postagem.
    Pretendo ler o livro ainda. !

    Nani, quanto a lista do Oscar 2013, como faremos? rs
    Só me dê as coordenadas do que você tem em mente, e daí podemos esboçar o que fazer. rs Ok? rs

    PS: E não suma tanto hein.. rs ( Olha quem fala rs)
    Beijo.

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    1. Eu também fiquei curiosa para ler o livro, mas tô com medo: dizem que é muito mais assustador!

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    2. Nani,
      Aqui está o meu facebook:
      https://pt-br.facebook.com/andre.dasilvabetioli

      E o meu MSN ( apesar de raramente usá-lo)
      shinrlz@hotmail.com

      Adicione, e aí vamos vendo como montar as coisas tá?

      Até mais. rs

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  2. É um filmaço, uma aula de como se fazer terror sem apelar para litros de sangue.

    Nicholson estava no auge dos papéis de malucos, poucos anos antes ele tinha feito "Um Estranho no Ninho".

    Shelley Duvall fez também o papel da Olivia Palito na fracassada adaptação de "Popeye" para o cinema. O papel principal era de Robin Williams e a direção de um Robert Altman totalmente deslocado.

    Até mais

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    1. Sim, achei isso incrível! Não é preciso um excesso de efeitos para se produzir um filme tão bom (e assustador) como esse!

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  3. Já faz um tempo que assisti esse filme. Mas ele é muito mais de suspense do que de terror. Assim, claro que concordo que ele aposta mais no terror psicológico.
    Dentro do que ele se propõe a mostrar, é um bom filme.

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    1. Aaaah, você é hardcore! Kkkk mas não tem como negar que o filme é um ícone.

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  4. Para mim, se esse filme é clássico é por causa do Jack Nicholson. Não considero um clássico, mas respeito muito o filme.

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  5. Jack Nicholson com certeza é a alma do filme, mas a premissa é sem dúvida muito boa. A direção foi bem feita e a trilha sonora funciona muito bem!

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  6. Por acaso li ontem reportagens sobre o filme. Parece que o Stephen King não ficou muito satisfeito com o filme e com a atuação de Jack Nicholson. Muitos fãs acabam se dividindo entre os SK. Stanley Kubrick ou Stephen King? rs Eu não li o livro, mas pretendo. De qualquer maneira entendo que toda obra sofre modificações quando é transportada para outras mídias e a grande maioria dos diretores não se contenta em simplesmente fazer uma versão total de um livro sem colocar algo seu. Bem, acho o filme ótimo assim como a alucinada interpretação de Nicholson.
    Parabéns pelo blog!

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